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A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada em 2010, foi um marco importante para o Brasil. Ela estabeleceu o princípio da responsabilidade compartilhada, determinando que toda a sociedade (fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e o poder público) tem papel essencial na gestão correta dos resíduos.
Na prática, isso significa que não basta separar os resíduos em casa se o município não oferece coleta seletiva, e também não basta existir coleta seletiva se a população não faz sua parte. É um sistema que depende de todos os elos da cadeia funcionando em conjunto.
Atualmente, a Coalizão Embalagens tem trabalhado junto ao poder público para cobrar a ampliação da coleta seletiva nos municípios brasileiros, uma das condições fundamentais para que o país avance na reciclagem.
Segundo pesquisa do Datafolha realizada em 2024, 99% dos brasileiros consideram a reciclagem importante, mas apenas 54% afirmam ter coleta seletiva onde moram. Mesmo entre aqueles que têm acesso, 33% não separam os resíduos recicláveis dos orgânicos.
Ou seja: há consciência sobre a importância do tema, mas ainda falta estrutura e engajamento prático para que a reciclagem aconteça de fato.
A Coalizão Embalagens entende que a coleta seletiva só avança com educação ambiental contínua. Por isso, atua também no campo da conscientização por meio de ações locais e do projeto Separe. Não Pare., que usa as redes sociais para ensinar e inspirar a população a separar e descartar corretamente seus resíduos.
Mesmo com avanços, os números ainda revelam contradições. Com ou sem coleta seletiva, 71% da população brasileira afirma separar resíduos recicláveis, mas apenas 51% o fazem sempre, 17% só de vez em quando e 4% raramente.
E há um dado que chama ainda mais atenção: segundo o estudo internacional “A World of Waste: Risks and Opportunities in Household Waste Management”, 75% dos idosos (65+) no Brasil separam corretamente seus resíduos, enquanto entre os jovens de 15 a 29 anos o índice cai para 41%. Uma diferença de 34 pontos percentuais, a maior do mundo.
Esse contraste mostra que a educação ambiental precisa ser fortalecida entre as novas gerações, especialmente num momento em que o consumo cresce e os impactos do descarte incorreto tornam-se cada vez mais evidentes.
Ampliar a reciclagem no Brasil exige estrutura, conscientização e incentivo. A responsabilidade compartilhada só se concretiza quando o poder público expande a coleta seletiva, as empresas assumem seu papel dentro dos sistemas de logística reversa e a população se engaja de forma consistente.
Contribuir com a reciclagem, composta por diversas fases, é dever de todos.